segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Minerais, Minérios e Rochas

Minerais, minérios e rochas, alguém saberia me indicar qual a diferença entre eles? O que cada um significa? Bom, sabemos que Rochas são formadas por minerais. Podem ser um ou mais minerais. Na natureza, o que vocês acham que é mais fácil de se encontrar: rochas formadas por um ou por vários minerais? Por vários, né... Certo! Porque rochas formadas por um tipo de mineral necessitam de um ambiente específico de formação. Mesmo entre as rochas magmáticas, são necessários ambientes de formação que proporcionam determinados tipos de minerais. Temperatura e pressão são fundamentais, bem como distância da superfície. No geral, quanto mais profundos, mais instáveis são à superfície. O que isso significa, alguém poderia me dizer? Hmmm, mais ou menos isso. Na verdade, rochas muito profundas são expostas ou por tectonismo ou por erosão das rochas acima destas. Mesmo assim, para expor certas rochas, é necessário que essas sejam soerguidas, em primeiro lugar. Seja por OROGÊNESE (forças que movem as placas tectônicas na horizontal, criando formas de relevo como as Cadeias de Montanhas, por exemplo, em choques entre as placas) ou por EPIROGÊNESE (movimentos verticais do relevo, que depois de falhados, sobem e descem como enormes blocos, também devido a fatores tectônicos, entre outros), trata-se de uma força endógena, que primeiro levanta o relevo, que sofrerá erosão e deixará expostas as rochas mais profundas. Já vimos que as rochas podem ser magmáticas, sedimentares ou metamórficas e acabamos de ver que são formadas por diversos tipos de minerais. Nas jazidas, encontramos rochas formadas por um tipo só de minerais. E é exatamente ai que definimos Minérios, sendo nada mais nada menos do que minerais que possuem um aproveitamento econômico. Caso sejam derivados de origem sedimentária, devem ser depositados em porções mais baixas do relevo e depois serem cobertos pela água. Ou devem provir de áreas que perderam material lixiviado pela água percolante. Como??? Hehehe, agora acho que pulei rápido demais... Então vamos retomar com mais calma.

O que acontece quando a água cai sobre o solo? Ela não infiltra? Pois é, ela infiltra sim... Quando ela infiltra, ela percola o solo (ou seja, procura um caminho pelo subsolo até chegar a um lençol freático) e nesse caminho, na qual ela entra em contato com as rochas do subsolo, já atacadas por essa própria água, ela leva junto consigo alguns elementos presentes nessas rochas. A esse processo chamamos Intemperismo Químico. Porque a rocha é atacada em sua composição química, ao perder elementos constituintes. Intemperismo é ato de atacar, se tornar a rocha mais fraca, tanto é que o intemperismo pode ser Químico ou Físico. O intemperismo físico age desgastando a rocha e / ou criando espécies de rachaduras nela, pela ação dos Agentes Exógenos, como o Clima, a Vegetação, a Amplitude Térmica, o Gelo, as Marés, o Vento e qualquer outro agente que aja nela de forma a despedaçá-la. O intemperismo físico é a parte primeira do processo erosivo. Depois iremos tratar de cada um desses agentes com calma, quando destrincharemos as formas de relevo e a erosão da superfície da Terra.

Por hora, nos interessa mais o intemperismo químico porque desgasta a rocha em seus elementos constituintes mais solúveis. O que vocês acham que acontece quando uma rocha perde um tipo de elemento? Ela fica mais fraca, professor. Sim, boa resposta, mas porque? ... Ai entra aquilo que eu disse, que quanto mais profundo for seu ambiente de formação, mais sensível às condições superficiais a rocha vai ser. Esses minerais formados em profundidades maiores são os primeiros a serem atacados, ficando os minerais mais estáveis em uma mistura argilosa. Bem, mas para onde vão esses minerais irão? É, indo para os Lençóis Freáticos (água subterrânea) esses elementos irão enriquecer materiais localizados mais a baixo da área onde aconteceu o processo de intemperismo químico. Quando passam por um perfil, acabam se precipitando e formando perfis enriquecidos nesses ou naquele elemento. Geralmente são formadas reservas de alumínio ou de ferro, que são as mais comuns. Com o ferro, ainda pode ocorrer a formação de lateritas, as famosas cangas de ferro, que são crostas de ferro sobre o solo. Importante salientar que a lixiviação de material solúvel e a formação de argilas é processo primordial na formação do solo, conhecida como Pedogênese.

Mas afinal de contas, o que são Minerais? Falamos, falamos e falamos neles, mas não o explicamos ainda... Pois bem, “minerais são elementos ou compostos químicos com composição definida dentro de certos limites e formados naturalmente por meio de processos geológicos inorgânicos, na Terra ou em corpos extraterrestres. A composição química e as propriedades bem definidas do mineral fazem com que ele seja único dentro do reino mineral e, assim, receba um nome característico”.

Ciclo das Rochas

Já o ciclo das rochas, esse realmente se inicia com o vulcanismo. Seja esse intrusivo ou extrusivo, toda rocha tem seu início no interior do planeta. É depois que essa rocha será magmática, sedimentar ou metamórfica. Primeiramente o magma é expelido do interior. Se ele vai chegar ou não, ou com facilidade ou não à superfície da Terra, isso é a sua composição química que irá dizer. Se ele for básico, com pouco teor de Sílica (areia – SiO2), ele será basáltico e virá a superfície através dos grandes derrames. Quando há fissuras na crosta, esse tipo de magma consegue chegar a superfície, extravasando-se. Nas dorsais meso-oceânicas acontece isso. Nos grandes derrames basálticos do passado também (como o da Bacia de Paraná, sendo o considerado pela ciência como o maior derrame da história). Os basaltos têm uma aparência escura e vítrea, pois o rápido resfriamento do magma não proporciona o crescimento dos grãos, como nas rochas magmáticas extrusivas. Já nas rochas intrusivas ou plutônicas, o ambiente de formação é totalmente diferente do ambiente de formação das rochas extrusivas. Como são formados por magmas com teores de sílica mais altos, esses magmas são, na verdade, bem menos viscosos. Não têm a capacidade de passar for fendas na crosta e quando expelidos por uma grande pressão interior formam os cones vulcânicos, erguendo a superfície. Muitas das vezes, esse magma não tem pressão e condições suficientes para formar os cones ou chaminés, então ele irá ocupar grandes espaços dentro da crosta. São esses grandes blocos que formam os granitos que hoje conhecemos. O pão-de-açúcar, no Rio de Janeiro, é um grande exemplo de granito que se formou no interior da crosta, demorou a se resfriar e depois foi exposto pela erosão do material logo acima. Foi arredondado pela ação dos agentes exógenos, modeladores do relevo. Às vezes essas câmaras magmáticas gigantes englobam partes das rochas encaixantes, o que pode alterar um pouco a composição do magma. A depender do magma, esse pode ocupar os espaços vazios não só na vertical, mas também na horizontal. E cada uma dessas formas recebe um nome diferente.

É claro que uma rocha sedimentar pode ser, posteriormente, uma rocha magmática, mas muito antes de ser sedimentar ela foi magmática, com certeza, porque o inicio do ciclo das rochas se dá dentro de nosso planeta, com o magma que é expelido (ou desnudado). Sendo assim, independentemente do ambiente de formação da rocha (tanto faz se esta se formou no interior da crosta terrestre ou na superfície desta), ela, uma vez na superfície, sofre a ação dos agentes modeladores do relevo. Esses agentes, melhor esclarecidos mais abaixo, irão transformar a rocha em sedimentos, de diferentes tamanhos e composições, indo desde argilas a cascalhos (clastos). Bom, a rocha que fez essa “doação” de sedimentos é chamada de fonte.



As rochas sedimentares podem se formar a partir de rochas oriundas de uma ou mais fontes. A depender do ambiente em que essas rochas irão se depositar e da granulometria (tamanho dos sedimentos: argilas, areias e clastos). Ah, já ia me esquecendo, a granulometria também depende muito dos agentes exógenos a que a rocha foi exposta (amplitude térmica, vento, chuva, gelo e etc) e do tipo de rocha que está sendo intemperizada e, posteriormente, erodida. Se forem argilas, por exemplo, serão carregadas pelos rios até lagos e oceanos e serão depositadas assim que as águas estiverem calmas, condição necessária para que ela decante e vá se depositar no fundo. Por isso que as rochas sedimentares são importantes para que o passado da superfície da terra seja reescrito, porque onde se encontra argila depositada em camadas, por exemplo, pode indicar lagos ou lagoas. Para que se formem rochas sedimentares, sejam quais forem os sedimentos, é necessário o peso de sedimentos superiores, para elevar a pressão e a temperatura sobre os sedimentos inferiores. A temperatura tem que chegar a aproximadamente 250°C, para que haja o processo de formação de rochas sedimentares. É considerado um processo de baixa pressão (porque só atua o peso dos próprios sedimentos) e de baixa temperatura (se comparados com as temperaturas de metamorfismo e de fusão das rochas).

Próximo passo é saber que o peso dos sedimentos superiores ira causar, alem de um aumento de pressão e de temperatura, uma reorganização dos clastos e das partículas. Haverá uma drástica redução dos espaços vazios (porosidade), através de um processo chamado compactação.

Na próxima etapa da transformação de sedimentos em rochas sedimentares temos a dissolução, que pode ocorrer tanto pela entrada de água intersticial (é uma solução aquosa que se infiltra na coluna de sedimentos e irá ocupar os espaços vazios entre os grãos – possui íons de minerais dissolvidos na água, pela ação do intemperismo químico), quanto pela ação da pressão de soterramento (ação do peso da coluna de sedimentos), com a deformação das rochas em seus contatos.


Na cimentação, os íons presentes nas soluções que estão entre os poros fazem o que o nome sugere, cimentam as unidades de rocha, unindo-as, de tal forma a virarem um bloco único.


No ultimo passo, chamado de recristalização diagenética, é quando os sedimentos já cimentados transformar-se-ão em rochas sedimentares, pois sua estrutura será alterada pela pressão e pela temperatura. Esses foram as quatro etapas existentes no processo de transformação de sedimentos em rochas sedimentares. Tal conjunto é chamado de Diagênse ou Litificação.

Tudo isso é muito bonito mas não para por ai não, pessoal. Acabamos de ver que o peso da coluna de sedimentos eleva a temperatura e a pressão, a ponto de transformar um grupo de sedimentos em rocha. Mas o que aconteceria se elevássemos mais ainda a pressão e a temperatura? Alguém tem idéia do que ocorreria? Hmmm, muito bem. Transformaria a rocha em outra, mais modificada ainda. E o nome dessa rocha é... Metamórfica. Como o próprio nome diz, metamorfismo é a transformação de uma rocha em outra, com outras características. Sim, porque nas rochas sedimentares, cada grão ainda conserva suas características individuais. Já nas metamórficas não, o processo é tão intenso que pode perder algumas de suas características. Se nas rochas sedimentares o peso é só da coluna de sedimentos, nas metamórficas a pressão é bem maior porque as rochas tem de descer, em geral, a profundidades bem maiores. A temperatura também, se nas sedimentares a temperatura gira em torno de 250°C, nas metamórficas as temperaturas são mais altas, no entanto não chegam a ultrapassar a faixa de 700 / 800°C (ponto de fusão dos minerais). O Grau de Metamorfismo pode ser Baixo, Médio ou Alto, determinado pela combinação dos fatores Temperatura e Pressão. Há vários tipos de metamorfismo, sendo que o ambiente em que ele ocorre é que determina seu tipo, pois dá o conjunto PT (Pressão e Temperatura). O Metamorfismo Regional ocorre na descida da placa, em zona de subducção, onde uma placa desliza sobre a outra. A medida que a placa desce, aumenta o grau do metamorfismo e, conseqüentemente, o grau de alteração da rocha. A pressão é enorme e a temperatura também, chegando a 750°C. O Metamorfismo de Contato ocorre no contato das rochas encaixantes com as câmaras de magma, localizadas abaixo da crosta. Aquelas rochas que estão em contato com as câmaras, sofrem transformação. Outro tipo de metamorfismo é aquele que ocorre no limite entre placas com movimento transformante, chamado Cataclástico ou Dinâmico. Como ocorre um movimento onde uma placa desliza lateralmente em relação a outra, como na Falha de Santo André, o contato gera uma pressão muito forte. Já o Metamorfismo de Soterramento ocorre quando partes de uma bacia sedimentar subsidem (descem) e a temperatura é aumentada. A diferença entre esse metamorfismo e o processo de diagênese é a escala de temperatura e pressão, que são um pouco maiores se comparadas ao processo formador de rochas sedimentares. Dados esses tipos de metamorfismo (que são os mais comuns), é importante dizer ainda que as rochas sedimentares possuem, normalmente, uma estrutura que depende do direcionamento da pressão a que foram submetidos, em sua formação. Caso não tenham sofrido pressão dirigida, irão apresentar estrutura maciça, com crescimento de grãos e preservação de parte das características da rocha formadora. Caso tenham sofrido uma pressão direcionada, adquirem estruturas orientadas e desenvolvem foliações (semelhantes a um pacote de folhas de ofício, visto de lado). Para completar o ciclo das rochas, caso a temperatura aumente muito, as rochas entraram em fusão e o magma resultante terá a composição dessas rochas que lhe deram origem. Como foi visto, um tipo sempre pode originar os outros dois, e retornar depois ao mesmo, perfazendo assim o ciclo.


Movimentos entre Placas, Vulcanismo e Origem de Oceanos e Atmosfera

Há lugares na crosta onde ocorre construção de crosta. Vocês se lembram que eu lhes falei sobre a separação da África e do Brasil? Pois é, entre os dois (bem no local exato onde estavam a 230 milhões de anos) há uma rachadura, e, na verdade, está mais para uma cadeia de montanhas submarinas, chamada de Dorsal Meso-Atlântica. Em regiões como essa ocorre um movimento de placas chamado DIVERGENTE. É uma grande rachadura por onde ocorre subida de material do manto. Ora pessoal, se está subindo material e esse material rochoso está se agregando ao leito oceânico, está havendo o que? Destruição ou Construção? Construção, né! Bom, pensem comigo. Se aqui a crosta está sendo construída e a placa está em movimento, o que está acontecendo na outra ponta??? A placa está sendo destruída, professor!!! Isso mesmo... Mas bem na outra ponta, o que temos??? A Cordilheira dos Andes, não é mesmo.... Alguém saberia me dizer o tamanho dela??? Uns 6500 metros??? Quase. O ponto mais alto é o pico do Aconcágua, na Argentina, que mede 6952 metros de altitude. Cadeias como os Andes começaram a serem formadas há 70 milhões de anos. Há ainda o Everest, os Alpes, os Atlas e as Montanhas Rochosas, todas formadas pelos mesmos processos. Na verdade, o que acontece é que uma placa oceânica entre debaixo de uma placa continental. Como o movimento não pára, a placa continental começa a se dobrar em cima da oceânica, formando uma zona de subducção, que gera as cadeias de montanhas. Em zonas de subducção, há destruição de leito oceânico e esse material destruído volta a superfície, por meio dos vulcões. Esse movimento, de uma placa indo em direção a outra, é chamado de CONVERGENTE.

Zonas de subducção são regiões onde há ocorrência acentuada de vulcões. Andes, Rochosas, Alpes, etc... todos eles possuem vulcões. O que acontece é que, como uma placa entra debaixo da outra (pois uma é mais densa que a outra), esta provoca a subida de material do manto (ou da própria placa destruída). Bom, trata-se de uma região de instabilidade sísmica também, onde encontramos os maiores terremotos do mundo, pois as rochas vão acumulando tensões provocadas por esses movimentos convergentes das placas tectônicas, até que há o rompimento de rochas, gerando falhas e liberando essa energia acumulada das tensões. Os vulcanismos também seguem essa lógica dos encontros de placas, tanto é que ao redor do Oceano Pacífico existe o Circulo de Fogo, que nada mais é que a Placa do Pacífico rodeada por zonas de vulcões e terremotos. Uma questão interessante: Há vulcões no Himalaia??? Hmmm, não sei! Hehehe, eu respondo. Não há vulcanismo relevante na cordilheira do Himalaia. Porque a natureza do dobramento ali é um pouco diferente. Lá, a Placa Indo-Australiana se choca contra a Placa Euro-Asiática, gerando um choque entre duas placas continentais de mesma densidade. Em conseqüência disso, não há formação de zonas de subducção, nem de vulcões, mas gera-se uma cordilheira muito mais robusta. Por ser encontro de placas, é uma região de ocorrência de terremotos. Pois é, não há vulcanismo considerável, pois não há destruição de placas. O ultimo tipo de movimento das placas é o movimento CONSERVATIVO ou TRANSFORMANTE. Esse tipo de movimento entre placas é transversal, na qual uma placa se movimenta paralelamente a outra. O resultado desse movimento é um elevado acúmulo de tensões, devido ao atrito existente entre as duas placas. Um grande exemplo de onde ocorre isso é na falha de Santo André, no estado da Califórnia. Daqui a 50 milhões de anos, parte da Califórnia formará uma ilha ao sul do Alasca.


O vulcanismo pessoal, em um conceito mais amplo, referindo-me ao processo de saída de material proveniente do interior da Terra, é responsável pelo inicio do ciclo das rochas, pelos movimentos endógenos e pela formação tanto dos oceanos quanto da atmosfera, além de influenciar essa última nos vários fenômenos vulcânicos que a Terra já sofreu. Mas vamos por partes.

Oceanos e atmosfera tiveram seu início dentro da Terra. Isso porque, junto do magma, temos H2O dissolvido, que é liberado para a atmosfera tanto durante as erupções quanto durante o resfriamento das rochas. Então, especula-se que como a Terra era uma bola de fogo incandescente, muito vapor d’água foi liberado. Como a Terra é um sistema fechado (quer dizer, nada se perde, tudo se transforma – célebre frase dita por Lavoisier), esse vapor ficou na atmosfera, até começar a se condensar e chover. Quando começou a chover, choveu por dezenas e centenas de milhões de anos e era justamente essa chuva que ajudava o planeta a se resfriar, pois caia e tornava a evaporar, devido às altas temperaturas. Bem, com isso a atmosfera obviamente ficou rica em vapor d’água e a água começou a predominar no sistema Terra, o que mudou completamente as características do nosso planeta. Foi assim, com essas chuvas torrenciais, que os Oceanos foram formados. O sal também veio das rochas, principalmente pela chegada de material erodido das áreas continentais (essa é a principal hipótese). A atmosfera começou a mudar, mas semelhante a que temos hoje, somente com o advento dos grandes vegetais. Na atmosfera original da Terra, havia grande quantidade de gases tóxicos, que foram substituídos gradualmente por grandes porções de oxigênio gerado a partir da proliferação dos primeiros seres fotossintéticos.

Teoria da Tectônica Global e Tipos de Placa

Diversos são os fatores que levaram os cientistas a criarem a Teoria das Placas Tectônicas e, como toda teoria, teve sua evolução. Seu principal contribuinte foi o alemão Albert Wegener, que em 1912, propôs a Teoria da Deriva Continental. Segundo Wegener, os continentes estariam se movimentando sobre o manto. Ele formulou essa teoria baseado na observação de um possível encaixe entre as costas oriental do Brasil e ocidental da África. Alias, Francis Bacon já havia observado isso, assim que viu os primeiros mapas que mostravam a costa da América Portuguesa. No século XX ela ressurgiu com Wegener, tentando provar uma teoria sua de que um dia todos os continentes estariam unidos. Denominou de Pangeia esse supercontinente. Foi o primeiro a pesquisar, de forma séria, a hipótese e baseou-se, para isso, além dos perfeitos encaixes dos continentes, em evidências encontradas nos relevos de Brasil e África. Uma mesma forma de relevo tinha sua correspondente no outro continente, como um Planalto na Costa do Marfim, que continua no Brasil. Observou também presença de fósseis de Glossopteris (tipo de gimnosperma primitiva) nos dois continentes e em idades muito próximas, além de evidencias de glaciações em ambos os continentes.

Não conseguiu responder a algumas perguntas básicas, entre elas: “Que forças seriam capazes de mover os enormes blocos continentais?” ou “Como uma crosta rígida desliza sobre outra rígida também sem que a de baixo se rompa?”. Por isso, foi ridicularizado em sua época e a teoria da Tectônica Global só seria retomada na década de 50. Antes disso, descobriu-se, graças à 2ª Guerra Mundial, que o leito oceânico não era uma grande planície como se pensava, mas possuía picos, cadeias de montanhas, platôs, fossas e etc. Começou-se então a observar que era um ambiente geologicamente ativo e que a Dorsal Meso-Oceânica dividia o leito oceânico em duas metades, representando uma espécie de rachadura. Além do fato de que, com a evolução dos métodos de datação das rochas, ficou comprovado que as rochas dos leitos oceânicos eram mais recentes do que as rochas dos continentes, e envelheciam a medida que se aproximavam destes.

Com todas essas evidências a Tectônica Global renasceu e com respostas a velhas perguntas. Ficou esclarecido que as forças que movimentavam os continentes e expandiam os leitos dos oceanos eram as correntes de convecção, que traziam material aquecido do interior da Terra e depois movimentavam-se lateralmente sob as placas, induzindo-as, pelo atrito, ao movimento. Essa teoria é bastante sólida, mas a ciência está a atacando em busca de aperfeiçoá-la.

Há na crosta (na verdade formando ela) três tipos de Placas Tectônicas: Oceânica, Continental e Mista. As Placas Oceânicas são aquelas formadas por leitos oceânicos, construídas onde há movimento divergente das placas. As placas continentais são aquelas formadas pelos continentes, mais espessos e que são, por excelência, regiões muito mais antigas do que os leitos oceânicos. Isso é verdade, pois quando a África e a América do Sul se separaram, surgiu o Oceano Atlântico Sul entre elas, então com certeza as áreas continentais são mais antigas. As Placas Mistas são aquelas que englobam tanto leitos oceânicos quanto áreas continentais.



Essa figura mostra a localização de cada uma das placas tectônicas existentes. Podemos resumir a natureza de cada uma delas em um quadro:

Como podemos observar nessa tabela, há muitas placas mistas, mas poucas continentais, porque isso? Pelo próprio processo de afastamento dos continentes e “nascimento” de leitos oceânicos. Em teoria, a Placa Arábica também é uma placa mista, pois possui áreas continental e oceânica. Contudo, é entre todas a Placa que mais se aproxima do conceito de Placa Continental e para efeitos didáticos a coloquei lá. É possível que no passado tenham existido placas puramente continentais, mas no momento esse conceito não é muito aplicável na realidade.




quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Estrutura e Camadas da Terra

A estrutura interna da Terra é formada por camadas. Quantas??? A principio, 03. Porque a principio, professor? Porque essas camadas, na verdade, podem ser divididas em outras, além das descontinuidades. E o que é isso? Já vou explicar, mas para vocês entenderem, preciso explicar antes as camadas. Vocês lembram da última aula, quando eu disse que a partir de uma nuvem de gás o sistema solar foi se formando? Assim como os demais planetas do Sistema Solar, a Terra foi provavelmente originada através de uma força gravitacional que condensou diversos materiais preexistentes no espaço. Tais materiais foram constituídos de partículas como poeira cósmica e gás. Muitos elementos químicos formados entraram nesta composição, sendo que os elementos mais densos tenderam a permanecer no centro deste redemoinho gravitacional. Por outro lado, os elementos menos densos, os gases, permaneceram na superfície deste redemoinho. As temperaturas do núcleo do redemoinho permaneceram bastante elevadas e baixavam gradualmente nas regiões que se aproximavam da superfície. Ainda hoje, os resquícios destas origens podem ser observados: o núcleo da Terra é constituído de materiais como o níquel e o ferro, em estado ígneo. Com isso turma, a gente percebe que o planeta inicialmente era quente, inclusive na sua superfície. Dava para a vida originar-se? Não, né. Não pelo menos nos moldes que nós conhecemos e estamos habituados, pois nos vulcões há bactérias que têm seu habitat em meio àquele calor escaldante, além de utilizarem enxofre ao invés de oxigênio. Por isso eu acho extremamente forçado dizer que não há vida em outros planetas, só porque as condições de lá não seriam iguais ou semelhantes às nossas. Apesar que no universo existem bilhões de outros planetas com as características da Terra... o que vocês pensam?

Bom, então quer dizer que a Terra é formada por camadas? Saberiam me dizer quais são? Núcleo, Manto e Crosta. Crosta é a porção superior e na qual nós habitamos, que vai de 0 a 70 Km. É professor, mas não existem outros nomes? Existem sim. Primeiro pelos minerais principais: Silício e Alumínio, para a Crosta (SiAl); Silício e Magnésio, para o Manto (SiMa) e Niquel e Ferro para o Núcleo (NiFe). Aproveitem, porque esse é o jeito mais fácil de decorar os elementos de cada camada da Terra, que é uma questão de graça que eu estou entregando para vocês, hein! Olha como sou bonzinho... hehehe... Astenosfera e Litosfera são outros nomes bem comuns. Na verdade, modelos mais completos trazem uma junção desses diversos nomes.

A Crosta possui uma extensão que vai de 0 aos 30 Km, o Manto vai de 30 aos 2900 Km e o Núcleo vai de 2900 aos 6371 Km. Já a temperatura das camadas é assim descrita: a Crosta tem uma temperatura que varia entre 22 (média superficial global) até os 900ºC, no Manto as temperaturas variam entre 900 e 4000ºC e no Núcleo as temperaturas variam entre 4000ºC e 5000ºC. Bom, não é somente a temperatura que define as camadas. Alias, é bom até perguntar: Já que a temperatura na Crosta varia até os 900°C, o que é quente pra burro, como vocês acham que o homem conseguiu desvendar os mistérios acerca da estrutura interna de nosso planeta? Pesquisando, né professor! Verdade, mas como? Através de perfurações (o “buraco” mais fundo que o homem já cavou mede 12Km, em Kola, na Ex-URSS, em 1970), através de análises de meteoritos que caem aqui e através de estudos de ondas sísmicas. As ondas sísmicas (dos terremotos) viajam em todas as direções. Inclusive pasmem vocês as ondas de um terremoto que acontece no Japão é registrado no Brasil. Bastante tempo depois... Demora para chegar, mas chega. Com isso, sabendo que houve um abalo no Brasil, mede-se a intensidade e o tempo gasto para chegar. Bom, o importante disso é que através de estudos de comportamento de ondas sísmicas chegou-se a uma conclusão sobre o interior do planeta. Ora, se uma onda sai de um lugar e chega a outro, é porque ela deve ter pegado um desvio no interior do planeta. Esses desvios são, na verdade, um processo físico chamado refração, muito comum às ondas (como a luz na água, por exemplo). Há também diversos tipos de ondas sísmicas, na qual uma é mais destruidora do que outra. Quando há um terremoto, diversas cidades no mundo registram esses abalos, e não apenas uma ou duas. Isso porque as ondas mudam seu sentido de deslocamento no interior do planeta, porque há diversas camadas formadas por diferentes materiais. Todas as vezes que ocorre essa mudança no sentido de deslocamento das ondas, dizemos que há uma descontinuidade. Pensem, a luz quando passa de água para o óleo muda e sua direção (lembrem-se: isso é a refração da luz). No interior do planeta ocorre a mesma coisa. Quando os sismos passam da crosta para o manto, mudam seu sentido de deslocamento, porque muda o material pelo qual ela passa – vão do estado sólido para o parcialmente fundido (pastoso), em parte de seu material. Como parte do material se encontra parcialmente fundido, a velocidade de deslocamento diminui bastante numa porção logo abaixo da crosta até a parte superior do manto. Litosfera é essa parte entre a superfície da Crosta rígida (até 30Km) até os 100Km. Quer dizer, a Crosta continua a existir até os 30Km e abaixo disso já começa a descontinuidade de Mohorovicic (ou Moho), onde o material começa a mudar, englobando parte do Manto Superior. Abaixo da Litosfera começa a Astenosfera, que engloba o restante do manto superior, em sua porção mais pastosa (se comparada àquela encontrada na Litosfera). Como na astenosfera as rochas se encontram em um estado muito mais pastoso (quantidade muito maior de rochas fundidas), as velocidades de deslocamento das ondas sísmicas são bem menores. Contudo, a velocidade começa a subir na próxima camada, que é conhecida como Manto Inferior ou Mesosfera. Conforme havia dito anteriormente, há muitos tipos de ondas. Um desses tipos não se propaga pelo núcleo externo, o que sugere que ele seja líquido, além de possuir uma velocidade de deslocamento menor do que a existente no Manto Superior e no Núcleo Interno, que devido às diferenças de velocidade encontradas, só pode ser sólido. Dessa forma, ficaram assim estabelecidas as camadas internas da Terra:


Introdução à Geologia e Big Bang

Bom pessoal, Geologia vem do latim. Geo significa Terra e logia significa estudo. Então Geologia quer dizer: estudo do planeta Terra. E é isso mesmo, Geologia é a ciência que estuda a Terra, sua estrutura e as forças que regem seu interior (que acabam refletindo no seu exterior).

Sabemos que a Terra é antiga. Mas quão antiga? Depende de qual seja a fonte. Alguns estudiosos acreditam que a Terra possua em média 4004 anos. Essa datação é baseada na Bíblia e em livros sagrados. Aliás, baseados em livros sagrados temos muitas datações diferentes, pois cada uma vai seguir uma determinada explicação de como o mundo surgiu. Ora, todo mundo deve conhecer pelo um pouco as explicações para a origem do mundo baseadas na Bíblia, que diz que o mundo foi criado por Deus em 07 dias (em 06, descansando no sétimo).

Pois bem, a Geologia também tem “sua” explicação, baseada na ciência. Em datações fundadas no decaimento de meia-vida dos isótopos radioativos. Alguém sabe o que é isso? Já viram isso em Química? Não? Bom, é o tempo do decaimento de isótopos radioativos de diversos elementos químicos. Ou seja, é o tempo que demora para que um certo elemento da tabela periódica perca sua energia extra e transforme-se em um elemento mais estável. Por exemplo, o Carbono 14 é instável e leva 5.700 anos para perder em essa energia extra, emitida em forma de radiação, transformando-se em Carbono 12. Já o Potássio 40 leva 1,275 bilhões de anos. Pessoal, qual desses dois elementos se adapta melhor para a geologia e qual se adapta melhor a arqueologia. Para quem não sabe, a arqueologia se dedica a estudar as sociedades humanas, seu passado e suas rotas. Vai datar cerâmicas, ossos, dentes e outros utensílios. Conhece-se a quantidade inicial de massa do isótopo e depois mede-se segundo e gráfico:

A cada período T, a massa decai metade do que tinha antes. Bom, a partir daí se eu disser que o método de medição da meia-vida de elementos como o Potássio, o Urânio e o Chumbo se prestam mais para os estudos, o que vocês perderiam me dizer sobre a idade da Dona Terra? Ela é velha? Muito ou pouco? Muito, né... É claro que se comparada a idade do universo ela é até bem nova. Estima-se que a idade da Terra gire em torno de 4,600 bilhões de anos, e que o universo tenha 18 bilhões. É mais velho que o raulzito que nasceu há dez mil anos atrás.

Todo mundo já ouviu falar do Big Bang, não é mesmo? Aquela grande explosão que deu origem ao Universo. Pois é, há 18 bilhões de anos, toda a matéria do universo se concentrava em um ponto bem pequeno, onde a temperatura era infinita e a densidade muito alta. É uma coisa meio louca, imaginem todo o sistema solar contido em uma esfera do tamanho de uma bola de basquete??? E olha que é uma aproximação, pois não tenho os dados corretos, mas o raciocínio é esse. Só que não era apenas o sistema solar e sim todas as galáxias. A energia era violentíssima, até que de uma hora para outra, explodiu... De uma hora para a outra mesmo, pois a ciência ainda não sabe o que foi que deu esse impulso para o universo começar. Porque não Deus??? Pelo menos é o que eu acredito. Mas a partir daí, o universo explodiu as partículas começaram a se expandir. Ou seja, o universo começou a crescer. Nossa Via Láctea estava no meio. Com o tempo veio o resfriamento, o que permitiu que a matéria viesse a se confinar em imensas nuvens de gás. Uma dessas nuvens de gás era a Via Láctea e no ponto central dela havia o sol. A partir dessa nuvem de gás o Sol e os Planetas foram formados.

Ao estudante, seja bem vindo!

Olá caro amigo estudante! Tenho verificado como está difícil de se obter algum conhecimento sobre Geografia. Sempre que procuro, acho muitas informações mas pouco conhecimento. São sempre pequenas, ou então muito complexas... Pretendo tentar aqui simular uma aula, por isso utilizo perguntas e respostas, como em uma sala de aula mesmo. Tenho procurado colocar neste Blog não somente o necessário para uma boa aula, mas algo a mais para poder comletar sua pesquisa. Logico que ainda falta muito para completar este trabalho, que apenas começou... Mudanças virão, revisões... figuras serão substituídas e etc... Sua participação também é bem vinda, bem como críticas e sugestões!


Quero que faça deste espaço seu espaço de pesquisa geográfica...

Bons Estudos!

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Olá! Meu nome é Erico e sou formado em Geografia pela UFMG, modalidade Licenciatura.